terça-feira, 29 de julho de 2008

Especialistas alertam para riscos da atividade física sem preparo



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Especialistas alertam para riscos da atividade física sem preparo.

Marilia Montich/Diário OnLineAquele futebol aos sábados com os amigos, uma 'corridinha' no parque de vez em quando ou aquela série de exercícios aeróbicos que você mesmo preparou. Fazer atividades físicas é sempre bom, certo? Errado. Muitas vezes, os chamados "atletas de fim de semana" - pessoas que não praticam atividades físicas com freqüência - podem estar correndo sérios riscos sem ao menos ter conhecimento disso.

O caso do humorista Bussunda, que faleceu em 2006 em decorrência de um ataque cardíaco um dia após disputar uma partida de futebol com os colegas, é um exemplo. Se fatalidades acontecem com verdadeiros atletas, como o jogador Serginho, do São Caetano, morto em 2004 durante um jogo, é bom ficar atento ao preparo físico adequado.

"Exercícios físicos tem de ser feitos com freqüência. Quando a pessoa faz só de fim de semana e ainda por cima acaba cometendo alguma extravagância, o organismo pode não agüentar", afirma o professor de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC e presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) da região do ABC, José Luis Aziz.

Fadiga, distensão ou rompimento muscular, lesão em tendão (desde tendinites até rompimento), bursite, dores de coluna e contratura muscular são apenas alguns problemas que podem surgir quando não se tem um preparo adequado para se iniciar uma atividade física esporádica.

O promotor de merchandising Paulo dos Santos, 27 anos, sofreu uma torção no tornozelo direito durante uma partida de futebol com os amigos. Mesmo sem ter ido ao médico antes de começar a praticar o esporte duas vezes por semana, ele reconhece a importância de um acompanhamento. "Tem que fazer exames, saber até onde se pode ir. O médico fala o que você tem que fazer. Nós (sem orientação) acabamos forçando mais do que deveríamos", afirma.

Segundo Santos, os atletas de fim de semana conhecem os riscos e sabem como preveni-los. No entanto, um fator "mais forte" entra na história. "Algumas pessoas têm vergonha de fazer alongamento, apesar de saber que é necessário", revela. "Eu mesmo não faço aquecimento antes do jogo por preguiça".

Mais riscos - Os perigos do esporte "sem responsabilidade" vão além. "O primeiro risco é o cardiológico. Primeiramente, é necessário fazer uma avaliação com um clínico geral, depois passar por um cardiologista e, ainda, por uma avaliação muscular", afirma Antonio Marcos Augusto, fisioterapeuta especializado na área esportiva, traumatologia, fisiologia e treinamento. "O ideal é que se passe por uma equipe multidisciplinar: clínico-geral, cardiologista, ortopedista, fisioterapeuta e professore de educação física", recomenda.

A partir dessa bateria de médicos e exames, o atleta de fim de semana pode começar seu treinamento sossegado. "Vão ser prescritos exercícios específicos de acordo com o resultado dos testes", afirma o fisioterapeuta. "É arriscadíssimo fazer atividades sem acompanhamento médico", completa, ressaltando que é importante pegar o ritmo dos exercícios antes de sair exagerando por aí.

O coordenador de Recursos Humanos Daniel Arouca, 27 anos, segue à risca essas recomendações. Ele faz caminhada três vezes por semana e duas vezes por ano passa um "check-up" completo. "É importante fazer acompanhamento médico", reconhece.

O operador logístico Marcos da Silva, 42 anos, também não deixa de lado os cuidados com a saúde. Ele, que pedala três vezes por semana, diz passar por exames periódicos na empresa todo ano.

Sem alarde - Apesar dos cuidados que devem ser tomados com a saúde, o cardiologista José Luis Aziz afirma que não é necessário se apavorar na prática de atividades leves, como a caminhada. "Nesse caso, não é necessário procurar um médico, ao menos que a pessoa esteja sentindo alguma coisa ou se ela apresentar fatores de risco".

Segundo ele, entre os fatores de riscos estão pressão e colesterol altos, diabetes e histórico de familiares que sofreram infarto ou morte súbita com menos de 55 anos. "Essas pessoas, antes de fazer atividade física, têm de procurar um médico", afirma.

O cardiologista explica ainda que os riscos de ser um atleta de fim de semana estão relacionados com a idade. "Jovens apresentam um risco menor. Já uma pessoa acima dos 40 anos tem um risco maior de ter uma doença. Aí é necessário uma avaliação prévia com o cardiologista, que vai fazer exames como eletrocardiograma e teste ergométrico", explica.



segunda-feira, 14 de julho de 2008

Lesões na Coluna Vertebral Associadas á Prática Esportiva



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Lesões na Coluna Vertebral Associadas á Prática Esportiva.


Ginástica, body jump, halterofilismo, musculação, corrida e uma série de esportes, inclusive os radicais, são o que a maioria das pessoas está praticando, seja por vício ou pelo próprio benefício que a prática esportiva pode trazer para a sua saúde. O culto ao corpo ou o aperfeiçoamento de um determinado tipo de esporte pode causar danos a sua coluna.
O alerta é do ortopedista do Nicholas Institute of Sports Medicine and Athletic Trauma no Hospital Lenox Hill em Nova York, Dr. Alexandre Paiva Coura, que explica a importância dos cuidados com a coluna, além de ressaltar a moderação como palavra de ordem na tentativa de evitar problemas mais sérios na coluna.
Segundo o médico, a coluna se divide didaticamente em três regiões, cervical com sete vértebras, torácica com doze vértebras e lombar com cinco vértebras, sendo que a coluna cervical e a lombar são as que mais são lesadas em atividades esportivas. Cada região tem características anatômicas completamente diferentes das outras, assim como os sinais e sintomas das lesões nessas regiões. Outro aspecto importante é que cada vez mais pessoas com idade superior aos quarenta anos de idade praticam mais esporte do que há vinte anos atrás, e que os problemas degenerativos (desgastes) e osteoporose na coluna também contribuem em alguns tipos de lesões.
Distensão Cervical, consiste por um estiramento simples ou ruptura completa que ocorre em tecidos moles de sustentação da coluna cervical como os tendões, ligamentos e músculos. A distensão pode ainda envolver discos intervertebrais, os chamados amortecedores, a cartilagem e até mesmo fratura de vértebra. Basicamente o mecanismo pode ser de hiperflexão ou hiperextensão da coluna cervical, explica o médico.
Outra conseqüência comum de agressão à coluna, segundo Dr. Alexandre, é a lesão dos discos cervicais. Eles são os chamados amortecedores situados entre as vértebras e próximos as raízes nervosas que na coluna cervical são relativamente mais fixas, do que no restante da coluna. Quando estes mecanismos promovem a lesão do disco cervical, a hérnia (abaulamento) provocada é do tamanho de uma ervilha, porém suficiente para provocar compressão nervosa. 95% delas ocorre no intervalo da quarta até a sétima vértebra cervical e o mecanismo mais freqüente é uma compressão da cabeça para baixo, com uma hiperflexão, que por exemplo, ocorre quando se bate com a cabeça no teto do automóvel ou no fundo em mergulhos.
O médico esclarece que o tratamento também é conservador e é feito através do uso de colar cervical para imobilização, uso de analgésicos, antiinflamatórios não hormonais, relaxantes musculares, calor local e fisioterapia. O tratamento cirúrgico já é reservado quando persistem os sintomas de compressão de raiz, como dormência, formigamento, perda de força. Nestes casos, acontece a retirada do fragmento de disco que está mecanicamente comprimindo e concomitante fusão das vértebras no local da retirada do disco.Com relação às fraturas cervicais, o ortopedista explica que são os casos onde as lesões são provocadas por alta velocidade e energia cinética. São considerados os mais graves, podendo levar a tetraplegia - imobilização definitiva de braços e pernas. O tratamento é a redução da fratura e descompressão do nervo, que pode ser feito com método de halo-colete ou até mesmo cirúrgico.
A Coluna Lombar é outro segmento também bastante lesado na prática de vários esportes e, em especial, aqueles ligados ao peso, como halterofilismo, fisiculturismo e os com impacto axial repetitivo, como o vôlei, basquete e pára-quedismo que podem levar a fraturas por fadiga. Eles ocorrem principalmente entre quarta e quinta vértebras lombares e a quinta lombar e a primeira vértebra sacral, levando as chamadas espondilolises e espondilolisteses (escorregamento vagaroso de uma vértebra sobre a outra). As lombalgias mais simples são provocadas por distensão na musculatura e ligamentos lombares, principalmente se o esforço é muito grande, e se o atleta não estiver devidamente condicionado e alongado, adverte o médico. As hérnias de disco são mais comuns entre a quarta e quinta vértebra lombar e a quinta lombar e primeira sacral que podem ser agudas ou crônicas. Elas acontecem como conseqüência de um esforço excessivo em flexão, rotação e carga, comuns em halterofilistas, arremessadores de disco e de martelo, boliche e handball. Cada disco vertebral fica interposto entre duas vértebras, ele tem uma parte central semilíquida (núcleo pulposo) e duas placas cartilaginosas que separam os núcleos dos corpos vertebrais. Ele serve como uma articulação que fornece mobilidade à coluna e age como colchão ou absorvedor de choques. Com a sobrecarga o núcleo pulposo é forçado posteriormente para o canal medular, em direção a raiz nervosa comprimindo-a, levando a sinais neurológicos em um ou os dois membros inferiores, como a dor, dormência, formigamento e perda de força, com sensação de "choque" no membro afetado. O diagnóstico é feito através do exame clínico, raios X simples, tomografia computadorizada e ressonância magnética. As fraturas que ocorrem na coluna lombar são associadas à alta energia cinética, como a queda de altura, quedas assentadas, principalmente no atleta mais velho com o comprometimento degenerativo e de osteoporose da coluna. O tratamento das espondilolise e espondilolistese pode ser conservador ou cirúrgico, mas a interrupção temporária do esporte é necessária. As lombalgias simples respondem ao tratamento com analgésico, antiinflamatório, relaxante muscular, fisioterapia e em alguns casos cinta abdominal. As hérnias de disco respondem na grande maioria com tratamento conservador que seria um repouso maior, as medicações acima descritas e fisioterapia.


"Pega leve com a vida, que a vida pega leve com você"


domingo, 13 de julho de 2008

Perguntas e Respostas sobre operação de ligamento cruzado anterior



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Perguntas e Respostas sobre operação de ligamento cruzado anterior.

Quanto tempo é preciso até retornar a prática esportiva após reconstrução do LCA?  

Os esportes de contato (futebol, rugby, handbol, etc.) são praticados de 6 a 9 meses após a cirurgia.  (Clique aqui para ver um  protocolo de reeducação  após cirurgia ligamentar - LCA)  

 

·        Terá uma cicatriz ? De que tamanho?

Sim:  a cirurgia intra articular é realizada por artroscopia, mas uma incisão é necessária para retirada do enxerto. A cicatriz para retirada do enxerto dos tendões flexores do joelho é mais curta e ''estética'', 3 cm; já para retirada do tendão patelar a cicatriz é em torno de 6 a 8 cm. Quando utilizada a técnica de duas incisões, uma outra pequena cicatriz externa, inferior a 2 cm, é necessária. 

 

·        Quantos dias de internamento são necessários?   

O internamento é curto: normalmente de 3 a 5 dias. 

 

·        E se eu não for operado?  

Aos esportistas que apresentam uma lesão do ligamento cruzado anterior e queiram continuar a praticar esportes de contato pivô, é indicada a reconstrução cirúrgica do LCA: a prática esportiva sem o LCA, pode levar a uma lesão meniscal e desgaste cartilaginoso, acelerando o aparecimento de artrose (ver uma artrose verdadeira do joelho) (detalhes)

  

Quanto tempo sem trabalhar (ou escola) após reconstrução do LCA por artroscopia?

Em relação a escola é previsto um repouso de 15 dias: para trabalho físico é preciso repouso de aproximadamente 6 a 9 semanas. Para trabalho de grande força 3 meses são necessários.

 

Após quanto tempo poderei dirigir um carro?

Uma vez que o enxerto tenha sido bem fixado ao osso, será incorporado em torno 45 dias após a cirurgia, é quanto se pode retomar uma vida cotidiana normal (subir e descer escadas, dirigir ...) 

 

Como  tomar banho logo após a cirurgia?

A higiene pessoal antes e após uma cirurgia ortopédica é de capital importância : entretanto deve-se evitar  molhar a ferida durante o banho, até que esteja cicatrizada, porque o risco de infecção é maior se a ferida ainda não estiver cicatrizada. Atualmente existem curativos que permitem tomar banho sem molhar a ferida.

 

Quando são retirados os pontos?

Os pontos reabsorvíveis caem sozinhos em 10 a 15 dias, senão são retirados em torno de 14 dias após a cirurgia (sem dor....).

a leve com você"

Incidência de lesões de joelho e tornozelo em Voleibol



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Incidência de lesões de joelho e tornozelo em Voleibol.

O esporte competitivo deixou a muito tempo de ser saudável. Cada vez mais atletas são impedidos de exercer a prática, seja por um curto espaço de tempo ou até são forçados a abandonar o esporte, por causa das lesões que o treinamento impõe, estas lesões são oriundas de uma intensa sobrecarga imposta pelo treinamento sobre as articulações do joelho, tornozelo e cúbito, além de inflamações de tendão, distensões e contraturas musculares.

    Atualmente o voleibol moderno tem exigido muito de seus atletas, o voleibol tornou-se um jogo de muitos saltos, tanto no bloqueio quanto do ataque, no masculino predomina a força dos ataques, enquanto no feminino a defesa se destaca.

    Por exigir uma grande condição física, os treinamentos são mais intensos, provocando uma sobrecarga sobre os seus praticantes, causando um stress muscular muito grande, e o resultado disso são as lesões, seja por desgaste seja por (excesso de treinamento).

    No joelho, de acordo com o estudo, dois terços das lesões são crônicas, como a tendinite. Já as agudas, de solução mais simples, representam o restante, (Folha de São Paulo, 17/03/2000).

    Os atacantes são os que possuem maior incidência de contusão no ombro. Correspondem a 70% do total dos atletas com lesão nessa região do corpo segundo o estudo da USP. O principal motivo para isso ocorrer e o repetitivo movimento de cortar a bola, que exige muito do ombro, (Folha de São Paulo, 17/03/2000).

    Os jogadores que atuam na posição de meio-de-rede sofrem mais da coluna. Dos atletas pesquisados com problema lombar, 80% são dessa posição. Uma das causas da lesão é o impacto do número excessivo de saltos que eles precisam dar nos jogos para defender bolas, (Folha de São Paulo, 17/03/2000) .

    Segundo RETTING (1999), as lesões nas extremidades superiores são comuns em muitas atividades esportivas.

    Cada modalidade impõe um tipo quase que especifico de lesão, por exemplo, lesões de tornozelo e joelho são freqüentes no basquetebol e voleibol que também apresentam grande incidência de lesão no ombro, as lesões de cúbito são mais freqüentes em tenistas, de ombro em nadadores, já no futebol, dependendo da época encontramos contratura e distensões, e com muita freqüência torções no joelho e tornozelo. A maioria das lesões são causadas por técnicas ou mecânica defeituosas e/ou inadequadas, devendo ser feita uma averiguação da biomecânica dos movimentos do atleta lesionado, para identificar falhas que possam estar contribuindo, ou ter contribuído, para a ocorrência da lesão.

    Um estudo realizado pela USP (Universidade de São Paulo) revela que 85% de 60 jogadores de vôlei que passaram pela equipe masculina do Banespa têm, ou tiveram, algum tipo de lesão no joelho nos últimos cinco anos (Folha de São Paulo, 17/03/2000).

    O motivo, de acordo com a pesquisa, é que os atletas estão cada vez mais suscetíveis a contusões, com a evolução do jogo, que exige mais força e explosão do que há 15 anos. (Folha de São Paulo, 17/03/2000)

    Um atleta salta mais de 1000 vezes durante uma semana de treinamento, isto leva a um estresse muito grande em todos os músculos e articulações que estão envolvidas na execução de um salto no voleibol, seja um bloqueio ou durante uma ação de ataque e em eventuais recuperações de bolas, ou para um levantador quando executa um salto em suspensão.

    Este estresse muscular gerado durante o treinamento, mais o esforço realizado durante as partidas, onde as ações são menos controladas que durante o treinamento, leva a uma grande incidência de lesões, seja ela de ombro, tornozelo ou joelho, que foi a lesão priorizada neste trabalho.

    Os atletas de nível médio e de alto nível competitivo apresentam uma ampla variedade de lesões nos tecidos conectivos, nos ossos, ligamentos, tendões e nervos de suas extremidades superiores. A maioria destas lesões está relacionada a traumas diretos ou por repetidos estresses, contabilizando uma significativo parte do tempo das "paradas temporárias" dos atletas, principalmente naqueles que utilizam os braços em arremessos, lançamentos, movimentos oscilantes, rápidos e agarres (RETTING, 1999). As mais comuns são lesões de ombro, cúbito, tornozelo e de joelho, ruptura de tendões, principalmente no tornozelo e no joelho, no joelho os ligamentos são os que mais tem incidência.

    Podemos encontrar ainda as lesões por desgaste, principalmente em atletas com mais tempo de prática desportiva (HULLERMANN, 1978).

    O joelho (fig. 1, (RASCH, 1991)), é classificado como uma articulação complexa (tipo dobradiça), porém, na realidade a extremidade superior da tíbia é formada por duas cavidades, bastante rasas semelhantes a uma colher, e os côndilos femorais são elípticos, de forma que não há nenhum movimento direto do fêmur contra a tíbia. Também, quando a articulação está relaxada em flexão é possível fazer um pequeno grau de rotação, porém, na extensão completa que distende a parte posterior da cápsula, a articulação não faz nenhum movimento. Isto é muito importante do ponto de vista funcional, pois, quando o indivíduo está de pé com os joelhos estendidos, pode relaxar a musculatura da coxa. Assim, qualquer perda na amplitude de extensão obriga a uma certa tensão quando o indivíduo está de pé.

    Entre os músculos que atuam na estabilidade da articulação o mais importante é o quadríceps, pois a sua extensão ativa é essencial tanto para a bipedestação quanto para deambulação. Sendo assim, depois de qualquer lesão de joelho haverá necessidade de exercícios ativos.

    De acordo com MIRANDA (2002), o joelho engloba três articulações: Duas femorotibiais e Uma fomoropatelar.

    Articulação Femorotibial: Os côndilos femorais medial e lateral fazem contato através dos meniscos interpostos ba face articular superior da tíbia, é classificada como articulação sinovial (condilartrose dupla ou dobradiça).

    Articulação Femoropatelar: A face articular da patela é adaptada à face patelar do fêmur, é classificada como articulação sinovial do tipo plana.


    Elementos de reforço do joelho

    Cápsula articular fibrosa: É substituída anteriormente pelo tendão do músculo do quadríceps e da patela.

    Ligamento Patelar: Constituído pelas fibras do tendão do músculo quadríceps. Tem inserção na patela e tuberosidade anterior da tíbia.

    Ligamento Colateral Medial (Tibial): Apresenta a forma de uma lâmina fibrosa, mais larga superiormente que inferiormente. Este ligamento é mais importante que o ligamento colateral medial, em relação à estabilidade do joelho. Está inserido no menisco medial.

    Ligamento Colateral Lateral: Muito mais estreito que o ligamento colateral medial. Estende-se para baixo, a partir do epicôndilo lateral do fêmur até a cabeça da fíbula.

    Ligamento Cruzado Anterior: Tem origem na parte anterior da área intercondilar da tíbia, daí se dirige para cima, para trás e lateralmente, inserindo-se na face medial do côndilo lateral do fêmur. Tem como função impedir o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão do joelho.

    Ligamento Cruzado Posterior: É o mais resistente dos dois ligamentos cruzados, tem sua origem na parte posterior da área intercondilar da tíbia, daí se dirige para face lateral do côndilo medial do fêmur. Tem como função impedir o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia ou a luxação posterior da tíbia.

    Os Meniscos: São fibrocartilagens que repousam sobre as superfícies articulares da tíbia. Cada joelho possui um par de meniscos, um para cada superfície articular da tíbia (medial e lateral).

  • Menisco Medial: Tem a forma de um "C" e está diretamente fixado ao ligamento colateral medial.

  • Menisco Lateral: Descreve um círculo quase completo, se comparado a um "D", estão inseridos próximos às áreas intercondilares anterior e posterior.

    Segundo, PETERSON & RENSTRON (1995), 50% das lesões nos atletas acontecem por má elaboração na prescrição do treinamento (ACHOUR JÚNIOR, 1997). A prescrição inadequada das sessões vem reduzindo a longevidade competitiva dos desportistas (FILIN & VOLKOV, 1998). O procedimento denominado "saltos" das cargas, é comum nos desportos da atualidade, ocasionando uma redução na carreira atlética do competidor porque o organismo não tem mais reservas de adaptação para assimilar as novas cargas de treino e os resultados nas competições pioram ou estabilizam, resultando no sucesso desportivo por 1 a 2 anos com essa maneira de prescrever o treino (ZAKHAROV, 1992). NOGUEIRA (2002) informa que o treino exagerado prejudica à saúde dos atletas, física e emocionalmente, predispondo estes desportistas às lesões.

    Para BRINER JUNIOR & KACMAR (1997) os saltos no voleibol correspondem a 63% das lesões e são os maiores causadores de lesões de joelho nos voleibolistas. A fase de impulsão é a que mais exige esforço da musculatura do atleta de voleibol (COUTTS,1982). Neste momento é que ocorrem a maioria das lesões nos jogadores, principalmente na cortada (LIAN, 1996). Para NYLAND (1994) os atletas de voleibol se contundem na passagem da corrida horizontal para a elevação vertical. As lesões no joelho estão associados com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão (NYLAND, 1994). A fadiga dificulta o amortecimento do impacto, gerando maior sobrecarga nos membros inferiores (UGRINOWITSCH & BARBANTI, 1998).

    As principais lesões nos joelhos são as tendinites e as ligamentares (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). A síndrome do joelho do saltador caracteriza-se por uma tendinite patelar ou no tendão do quadríceps (GHIROTOCC & GONÇALVEZ,1997). A maioria das contusões no joelho acontece em jogadores com 20 a 25 anos ou com 2 a 5 anos de prática no voleibol ou com mais de um turno de treinamento (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Segundo GERBERICH, (1987) os homens se lesionam mais a partir dos 30 a 39 anos e as mulheres dos 15 a 24 anos, correspondendo a 61% das contusões.

    O desequilíbrio muscular dos membros inferiores podem gerar alto índice de lesões no joelho (CHIAPPA, 2001) porque o quadríceps é muito exigido no voleibol e os isquiotibiais geralmente praticam um trabalho compensatório insuficiente nas técnicas desportivas do voleibol (MAGALHÃES, 2001). As lesões de joelho também estão associadas pela má coodenação, principalmente no salto dos jogadores (CHIAPPA, 2001).


Lesões por sobrecarga e fadiga

    Denomina-se "fratura por estresse" todas as fraturas ósseas ocorridas em conseqüência de uma sobrecarga de exercícios repetitivos, com a mesma intensidade, no mesmo local, promovendo um desgaste ósseo.

    Nos atletas profissionais, as fraturas por estresse provêm do excesso de treinamento (sem descanso adequado) as seções de exercícios repetitivos feitos centenas de vezes para aprimorar uma técnica, aumentar a força muscular, etc. As seções de treinamento acabam por forçar um determinado grupo muscular que por sua vez vai solicitar uma sobrecarga maior em uma articulação, levando a microfratura.

    Pelo fato de muitos jogadores de alto nível viver diariamente com a pressão do campeonato, há um aumento considerável da carga e do volume de treino. Com isso há um aumento no número de lesões por repetições de movimentos e também de fraturas por fadiga.

    O joelho é uma das articulações mais comprometidas, pois como os saltos são fundamentais para o esporte, as lesões por repetição do aparelho extensor são as mais comuns.

    As lesões ligamentares ocorrem frequentemente em atletas do sexo feminino, as mais comuns são as lesões ligamentares, as tendinites e as lesões meniscais. Isso se deve aos saltos e ao fato das jogadoras terem estatura elevada, com momentos de força e braço de alavancas muito grandes.

    O abuso de treinos de exercícios pliométricos e de musculação para aumentarem o rendimento muscular das atletas aumentam a incidência desses tipos de lesões.

    As lesões ligamentares e os entorses de tornozelo são freqüentes, apesar do uso de tornozeleiras e de treinos de propriocepção. Eles ocorrem com freqüência nas ações junto à rede, seja por invasão do adversário ou pela aterrizagem em pé do companheiro da equipe.

    A prevenção dessas lesões podem ser feitas através da escolha do piso de quadra, o aquecimento adequado antes do treinamento e ao jogo e os exercícios de alongamento, além da dosagem dos treinos seguidos por orientações de profissionais interados no esporte.


Objetivos

    Verificar a incidência das lesões ocorridas nas equipes de Voleibol feminino que disputam o Campeonato Paulista Adulto, no ano de 2005.

    Verificar, efetivamente o índice de lesões de joelho e tornozelo, objetivando relacioná-las ao tempo e excesso do treinamento.

    Conscientizar da importância de exercícios físicos específicos na prevenção de lesões.


Metodologia

    O trabalho foi realizado através de um questionário contendo questões do tipo aberta, e aplicado à atletas de 16 a 32 anos das equipes femininas de Americana, Araçatuba, Araraquara, Jundiaí, Piracicaba, São José do Rio Preto, São Carlos e Taboão da Serra, durante a primeira fase do Campeonato Paulista Feminino da categoria adulta do ano de 2005.

    Nas questões foram abordadas perguntas a respeito da posição em que cada atleta atua, o tempo diário de treinamento e o tempo em que se pratica a modalidade.

    A respeito das lesões foram relacionadas as ocorrências de lesões nos últimos três anos, o tempo de recuperação de cada lesão, os procedimentos adotados durante o período de recuperação.


Resultados

    No gráfico 1 representamos a relação entre as lesões no joelho, tornozelo e outras lesões não identificadas. Encontramos nesta avaliação: equipe de Americana apresentou um índice de 30,7% de lesões no joelho; 46,3% de lesões no tornozelo e 23% de outras lesões. A equipe de Araçatuba apresentou 57,3% de lesões no joelho; 28,5% de lesões no tornozelo e 14,2% de outras lesões. Para a equipe de Araraquara apresentou 14,2% de lesões no joelho; 71,6% de lesões no tornozelo e 14,2% de outras lesões. Jundiaí apresentou 28,5% de lesões no joelho; 71,5% de lesões no tornozelo e nenhum outro tipo de lesão. A equipe de Piracicaba apresentou 83,3% de lesões no tornozelo; 16,6% de outras lesões e nenhum tipo de lesão no joelho. A equipe de São José do Rio Preto apresentou 44,4% de lesões no joelho; 11,2% de lesões no tornozelo e 44,4% de outras lesões. São Carlos apresentou 54,5% de lesão no joelho; 27,2% de lesão no tornozelo e 18,3% de outras lesões e a equipe de Taboão da Serra apresentou 37,5% de lesão no joelho; 50% de lesão no tornozelo e 12,5% de outras lesões.

    A equipe de Araçatuba apresentou o maior índice de lesões no joelho com 57,3%, enquanto a equipe de Piracicaba teve o menor índice sem nenhuma lesão.

    Para lesões na articulação do tornozelo a equipe de Piracicaba teve o maior índice, apresentando 83,3% de lesão e a equipe de Rio Preto o menor índice com 11,2%.

    A equipe de Rio Preto teve o maior índice de outras lesões com 44,4% e a equipe de Jundiaí o menor índice sem nenhuma lesão. Já a equipe de Taboão da Serra apresentou o menor índice da somatória de todas as lesões.

    O gráfico 2 faz um parâmetro entre as lesões ocorridas no joelho, classificadas como: Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA); Tendinite e Lesão no Menisco. Quando comparados os resultados observamos que a equipe de Americana e Araçatuba apresentaram 50% de lesão do LCA, 25% de tendinite e 25% de lesão no menisco. Para as equipes de Araraquara e Jundiai, relatou-se uma incidência de 100% relacionada a lesão do tipo tendinite, sem apresentarem outro tipo de lesão para esta articulação. A equipe de Piracicaba não apresentou nenhum tipo de lesão no joelho. A equipe de Rio Preto apresentou 25% de tendinite, 75% de lesão no menisco e não apresentou nenhum tipo de lesão no LCA. São Carlos apresentou 16,7% de lesão do LCA, 66,6% de tendinite e 16,7% de lesão no menisco. A equipe de Taboão da Serra apresentou 33,3% de lesão no LCA, 33,3% de tendinite e 33,3% de lesão no menisco.

    Com isso as equipes de Araçatuba e Americana tiveram os maiores índices de lesões do LCA, ambas com 50% e as equipes de Araraquara, Jundiaí, Piracicaba e Rio Preto o menor índice, sendo que nenhuma das equipes apresentaram lesões do LCA. As equipes de Jundiaí tiveram o maior índice de tendinite, ambas com 100% e a equipe de Piracicaba o menor índice por não apresentar nenhum tipo de tendinite. A equipe de Rio Preto apresentou o maior índice de lesão no menisco com 75% e as equipes de Araraquara, Jundiaí e Piracicaba tiveram o menor índice por não apresentar nenhum tipo de lesão. A equipe de Piracicaba foi a única equipe que não apresentou nenhum tipo de lesão no joelho.

    No gráfico 3 representamos o percentual de lesões ocorridas, separadas pelas posição de atuação de cada atleta. As atletas que atuavam na posição de ponteiras apresentaram 32,8% de lesões no joelho, 32,8% de lesões no tornozelo e 34,4% de outras lesões. As jogadoras de meio de rede tiveram 21,7% de lesões no joelho; 56,6% de lesões no tornozelo e 21,7% de outras lesões. As levantadoras apresentaram 16,6% de lesões no joelho; 50% de lesões no tornozelo e 33,4% de outras lesões. As atletas da posição de líbero tiveram 37,5% de lesões de joelho; 50%de lesões no tornozelo e 12,5% de outras lesões. Para as jogadoras da posição de saída de rede tiveram 40% de lesões de joelho; 20% de lesões de tornozelo e 40% de outras lesões. Assim, as jogadoras de saída de rede tiveram o maior índice com 40% de lesões no joelho comparada com as outras posições. As jogadoras de meio de rede tiveram o maior índice com 56,6% de lesão no tornozelo e as jogadoras de saída de rede tiveram o maior índice com 40% de outras lesões.

    Especificamente para as lesões ocorridas no joelho separados por posição de cada atleta e que estão relacionados no gráfico 4, foram citadas: as atletas de ponta tiveram 50% de lesões do LCA; 25% de tendinites e 25% de lesões no menisco. As jogadoras de meio de rede tiveram 66,6% de lesões no menisco, 33,4% de tendinites e nenhuma lesão no LCA. As levantadoras tiveram 33,3% de lesões no LCA; 33,3% de tendinites e 33,3% de lesões no menisco. As atletas que atuavam na posição de líbero tiveram 66,6% de tendinite; 33,4% de lesão no menisco e nenhuma lesão no LCA. As jogadoras de saída de rede tiveram 28,5% de lesões no LCA; 57,1% de tendinite e 14,4% de lesões no menisco.

    As jogadoras que atuam na posição de ponta apresentaram um índice de 50% de lesões no LCA; as líberos tiveram o maior índice com 66,6% de tendinite e as jogadoras de meio de rede tiveram o maior índice com 66,6% de lesões no menisco.

    No gráfico 5 mostramos a ocorrência de lesões nas articulações, separadas por incidência de posição, onde verificamos: 27,2% das lesões ocorreram em atletas que atuavam na posição de ponta; 30,3% das lesões ocorreram com jogadoras da posição meio; 15,1% das lesões ocorreram nas levantadoras, 10,8% nas jogadoras da posição de líberos e 16,6% para as atletas que atuavam na posição de saída de rede. Assim, pode-se observar uma maior incidência de lesões, independentemente de qual tipo, para as atletas que atuavam no meio da rede e na posição de ponta, sendo estatisticamente superiores as demais posições.


Conclusões

    Concluímos que as jogadoras que atuam na posição de saída de rede tiveram o maior índice de lesões no joelho e de outras lesões, enquanto as jogadoras de meio tiveram o maior índice de lesões no tornozelo.

    Em relação as lesões ocorridas no joelho podemos dizer que 50% das jogadoras de ponta tiveram lesões no LCA; 66,6% das jogadoras de meio de rede tiveram lesões no menisco e 66,6% das jogadoras que atuam na posição de líbero tiveram lesão do tipo tendinite.

    De acordo com o índice de lesões ocorridas em cada atleta, verificamos que muitas dessas lesões estão associadas ao excesso de treinamento e a má prescrição dos exercícios.

    É importante que os técnicos e os profissionais envolvidos saibam a importância na qualidade da elaboração dos treinamentos e da dosagem exigida a cada atleta, para que esses números de lesões por fadiga possam diminuir.




Atividade física oferece mais que corpo perfeito



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Atividade física oferece mais que corpo perfeito.

O desenvolvimento tecnológico contribuiu para a população aderir de vez à cultura do não fazer nada. No entanto, nem sempre o mais cômodo é o mais saudável, como observa o professor de ginástica de uma academia de Rio Claro, Marcelo Francisco de Almeida, "cada vez mais a população se movimenta menos e isso tem relação com as inúmeras doenças da atualidade".

Para quem deseja sair da vida sedentária, segundo o professor, "a persistência é a chave do sucesso". De acordo com o que analisa Marcelo Francisco de Almeida, a maior dificuldade da população está em realizar exercícios com frequência, e isso se torna ainda mais problemático quando "a maioria das pessoas nunca praticou nada e poucos são persistentes".

Para a pessoa que já superou essa fase e está em busca de uma rotina mais saudável, o professor aconselha procurar um local apropriado com profissionais capacitados e realizar uma avaliação física completa. "Uma coisa que também auxilia é procurar um exercício com o qual tenha afinidade", completa.

Já que o mais difícil é dar início à atividade física, Marília Seneme do Canto e Gislaine Giovanni, alunas que praticam musculação em Rio Claro, analisam como era antes e como é a vida agora, que começaram a frequentar academia. Marília resolveu dar o primeiro passo há, exatamente, um mês, mas diz já ter notado os resultados: "Não praticava exercícios há três anos e meio. Um dos motivos que me fizeram começar foi a vontade de fazer algo pra mim e a primeira mudança que notei foi na disposição".
Gislaine Giovanni recomeçou há três meses e também se sente diferente. Segundo observa, desde que começou a se exercitar de novo "o fôlego e a força estão melhores e me sinto rejuvenescida".
Conforme avalia o professor Marcelo de Almeida, que também fez mestrado em Educação Física, a atividade física é essencial para todas as faixas etárias. Sônia Nobre, de 74 anos, sabe disso melhor do que muita gente e há um ano e meio vem praticando exercícios físicos todos os dias. "Me sinto maravilhosamente bem, não só pelos exercícios, mas também pela nova família que conquistei frequentando a academia."

José Luiz Timoti, de 66 anos, pratica musculação e exercícios aeróbicos e revela que seu problema de bronquite melhorou muito depois de aderir à atividade física. "Não tomo mais remédio e as crises diminuíram. Exercícios são essenciais para a saúde". Marcelo Francisco de Almeida afirma que a atividade física completa é composta por alongamento, exercícios aeróbicos e musculares. "Este é o pilar do condicionamento físico." O professor recomenda ainda praticar as atividades no mínimo três vezes por semana, para assim prevenir diversas doenças, como dores musculares, estresse, diabetes e hipertensão.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Miostatina



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Miostatina.

A miostatina é um gene que regula negativamente o crescimento muscular, ou seja, ela limita o tamanho do músculo, tanto pela atenuação da hipertrofia quanto da hiperplasia. Ainda não se sabe ao certo como a miostatina atua, podendo ser pela indução da morte das células, inibição da proliferação de células satélites e/ou diretamente no metabolismo protéico.

Estudos em animais

Em 1997, MCPHERRON et al fizeram um experimento interessante e obtiveram uma descoberta surpreendente. Através de manipulação genética os pesquisadores produziram ratos com deficiência no gene GDF-8 (miostatina) e verificaram que os animais "deficientes" eram muito maiores que os normais, com seus músculos chegando a ser de 2 a 3 vezes mais volumosos, sem que houvesse um aumento correspondente na gordura!!!!

Em animais de maior porte, como os bois, a inibição da miostatina não é tão significativa quanto em ratos. Existem algumas raças que possuem naturalmente mais massa muscular, como a Belgian Blue, a qual possui uma mutação genética que a leva a ter de 20 a 25% mais massa muscular e uma menor quantidade de gordura intramuscular e tecidos conectivos (dados citados por MCPHERRON & LEE, 1997). Estes dados em animais podem levar a interessantes trabalhos no campo da engenharia genética, no sentido de produzir animais maiores e com carne de melhor qualidade em uma grande variedade de espécies, tendo em vista que a miostatina conserva suas propriedades em diversos componentes do reino animal.

Estudos em humanos

Desta forma, tornou-se inevitável associar o ganho de massa muscular à atividade da miostatina em humanos. Esta poderia ser uma explicação de como o fator genético determina a composição corporal dos indivíduos em níveis musculares, teorizando que pessoas com maiores atividades de miostatina teriam dificuldade em ganhar massa muscular.

Um estudo feito em Estocolmo, na Suécia, mediu a quantidade de miostatina em um grupo de homens saudáveis e dois de HIV positivos (um com perda de peso menor que 10% e o outro com redução ponderal maior que 10% nos últimos 6 meses). De acordo com os resultados há uma correlação negativa entre a miostatina e quantidade de massa magra, tanto em indivíduos saudáveis quanto HIV positivos, dando suporte à teoria de que a miostatina seja inibidora do desenvolvimento muscular (GONZALEZ-CADAVID et al, 1998). Outros estudos também verificaram maiores atividades da miostatina em estados catabólicos induzidos por períodos prolongados de imobilização, como estados de leito (ZACHWIEJA et al, 1999; REARDON et al, 2001). Mais recentemente também foi verificada uma maior atividade de miostatina em idosos, atribuindo um possível papel deste gene na sarcopenia (perda de massa muscular) (MARCELL et al, 2001; SCHULTE et al, 2001).

Os maiores níveis de miostatina em portadores do vírus HIV (GONZALEZ-CADAVID et al, 1998), atrofias crônicas (ZACHWIEJA et al, 1999; REARDON et al, 2001) e idades avançadas (MARCELL et al, 2001; SCHULTE et al, 2001) fazem surgir especulações acerca das aplicações terapêuticas que a inibição da atuação da miostatina podem ter em estados catabólicos induzidos por diversas patologias.

Em 2000, IVEY et al publicaram um estudo onde procurou-se verificar os efeitos da miostatina nos resultados obtidos com o treinamento de força. O estudo envolveu um treinamento de musculação de 9 semanas, com uma metodologia similar ao drop-set, tendo 4 grupos: homens jovens, homens idosos, mulheres jovens e mulheres idosas. De acordo com os resultados os diferentes fenótipos de miostatina não influenciaram na resposta hipertrófica ao treinamento de força quando os resultados de todos os 4 grupos eram analisados em conjunto, porém houve uma tendência para maiores ganhos de massa muscular em mulheres com um determinado genótipo. Estas conclusões podem gerar dúvidas quanto à influencia da miostatina na resposta normal ao treinamento de força.

A descoberta deste gene trouxe reações em diversos segmentos: os profissionais da saúde procuraram uma maneira de reverter o catabolismo gerado por estados patológicos e pelo envelhecimento; os pecuaristas visualizaram uma forma de aumentar seus ganhos, produzindo animais maiores, e alguns segmentos do esporte procuraram uma maneira de obter melhores resultados desportivos e estéticos.

Como era de se esperar, muitas indústrias de suplementos alimentares se prontificaram a lançar no mercado substâncias que prometem atenuar os efeitos da miostatina e, desta forma, romper as barreiras genéticas do ganho de massa muscular, porém creio que isto seja improvável de acontecer, pois dificilmente um destes produtos produzirá a mágica de inibir a atuação deste gene e se isso ocorrer, os resultados podem não ser muito agradáveis, pois não podemos esquecer que todos os movimentos de nosso corpo são controlados por músculos, incluindo os da fase e outros locais que não costumamos lembrar quando pensamos em hipertrofia. Uma inibição generalizada da miostatina poderia provocar desenvolvimento incontrolado de todos eles, gerando um aspecto nada agradável.

Outro ponto que gerará questionamentos é a distante, porém real, possibilidade da miostatina passar a ser manipulada em humanos mesmo antes do nascimento, originando uma linhagem de "super-seres". Isto traz à tona a questão ética da engenharia genética: até que ponto a ciência pode interferir no desenvolvimento de um indivíduo?

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

GONZALEZ-CADAVID NF, TAYLOR WE, YARASHESKI K, SINHA-HIKIM I, MA K, EZZAT S, SHEN R, LALANI R, ASA S, MAMITA M, NAIR G, ARVER S, BHASIN S. Organization of the human myostatin gene and expression in healthy men and HIV-infected men with muscle wasting. Proc Natl Acad Sci USA 1998 Dec 8;95(25):14938-43.

IVEY FM, ROTH SM, FERRELL RE, TRACY BL, LEMMER JT, HURLBUT DE, MARTEL GF, SIEGEL EL, FOZARD JL, JEFFREY METTER E, FLEG JL, HURLEY BF. Effect of age, gender and myostatin genotype on the hypertrophic resposnse to heavy resistance training. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000 Nov;55(11):M641-8

MARCELL TJ, HARMAN SM, URBAN RJ, METZ DD, RODGERS BD, BLACKMAN MR. Comparison of GH, IGF-I, and testosterone with mRNA of receptors and myostatin in skeletal muscle in older men. Am J Physiol Endocrinol Metab 2001 Dec;281(6):E1159-64.

MCPHERRON AC & LEE SJ. Double-muscled in catte due to mutations in the myostatin gene. Proc Natl Acad sci USA 1997 Nov 11;94(23):12457-61

MCPHERRON AC, LAWLER AM, LEE SJ. Regulation of skeletal muscle mass in mice by a new TGF-beta superfamily member. Nature 1997 May 1;387(6628):83-90.

REARDON KA, DAVIS J, KAPSA RM, CHOONG P, BYRNE E. Myostatin, insulin-like growth factor-1, and leukemia inhibitory factor mRNAs are upregulated in chronic human disuse muscle atrophy. Muscle Nerve 2001 Jul;24(7):893-9.

SCHULTE JN, YARASHESKI KE. Effects of resistance training on the rate of muscle protein synthesis in frail elderly people. Int J Sport Nutr Exerc Metab 2001 Dec;11 Suppl:S111-8.

ZACHWIEJA JJ, SMITH SR, SINHA-HIKIM I, GONZALEZ-CADAVID N, BHASIN S. Plasma myostatin-immunoreactive protein is increased after prolonged bed rest with low-dose T3 administration. J Gravit Physiol 1999 Oct;6(2):11-5.



domingo, 6 de julho de 2008

Lesões da mão no esporte



Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Lesões da mão no esporte.

Na grande maioria das atividades esportivas, a presença da mão se faz necessária, desempenhando papel importante na integração da força com a coordenação.

A mão é uma das partes mais exposta e vulnerável do corpo humano, e dados estatísticos comprovam que, cerca de ¼ das lesões esportivas atingem a mão ou o punho.

Cada esporte tem os seus riscos de lesões mais freqüentes, como descreveremos mais adiante.

É importante o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, pois o atleta necessita de 100% de recuperação, para um perfeito desempenho.

´´DEDO EM MARTELO´´ (´´BASEBALL FINGER´´)

É uma lesão, bastante freqüente, provocada pelo impacto da bola no dedo em extensão, produzindo uma flexão súbita e intensa da falange distal. Isto leva a ruptura do tendão extensor ou até ao arrancamento de um fragmento ósseo da falange distal, ocasionando ocasiona uma deformidade em flexão dessa articulação, caracterizando o dedo em martelo.


Geralmente ocorre nos esportes com bola, como baseball, basquete, handebol, vôlei e em goleiros de futebol, onde a bola atinge violentamente um dedo em extensão. 

 
O atleta imediatamente após o trauma, percebe a deformidade evidente e também nota a incapacidade de estender ativamente a articulação interfalangeana distal.

O tratamento conservador com talas em extensão é indicado quando a angulação entre as falanges é pequena (inferior a 30 graus).

Nos casos onde a avulsão do tendão é mais extensa, ou quando o fragmento fraturado é muito grande, o tratamento cirúrgico está indicado, sendo necessário a fixação dos fragmentos por meio de fios de Kirschnner, assim como bloqueio dessa articulação, por um período de 6 a 8 semanas.


AVULSÃO DE TENDÃO FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS

 

            É uma lesão geralmente encontrada nos atletas praticantes de judô e jiu-jitsu e também no rúgbi e futebol americano, freqüentemente não diagnosticadas de imediato.

Ocorre durante a extensão forçada do dedo na máxima contração do músculo flexor profundo dos dedos, como quando o atleta agarra a camisa do outro,por exemplo. Isto ocasiona arrancamento do tendão flexor profundo dos dedos da sua inserção, na base da falange distal, podendo ou não haver fratura associada da falange distal.

Durante o exame físico notamos a incapacidade do paciente em flexionar a ponta do dedo, com o dedo fixo em extensão. Na radiografia podemos encontrar um arrancamento ósseo da base da falange distal, no ponto de inserção do tendão. O tratamento consiste na reinserção do tendão/ osso na base da falange distal.

FRATURA DO BOXER

              As fraturas do colo do quinto metacarpiano, são conhecidas como a fratura do "boxer", onde o desvio volar do fragmento distal é causado pelo impacto direto do punho fechado, como em um soco no boxe.

            O tratamento dessas fraturas pode ser conservador, através de uma redução e imobilização gessada, ou nos casos onde a fratura é instável, o tratamento cirúrgico está indicado para manter a redução dos fragmentos ósseos.


LESÃO DO PUNHO NO TÊNIS

 

            Na região do punho existe uma estrutura triangular, conhecida como   ´´o menisco do punho´´, que é a fibrocartilagem triangular. Ela conecta os ossos do antebraço (rádio e ulna) ao punho com importante função de estabilização no movimento de rotação e amortecendo a força de preensão.

Nos jogadores de tênis, existe uma incidência aumentada de lesões da fibrocartilagem triangular.

 Entre os fatores predisponentes, destacamos:

 

pacientes que apresentam a ulna mais longa que o rádio excesso de treinos, com microtraumas repetitivos  relacionado com trauma, como uma queda, por exemplo   

O paciente sente dor na borda ulnar do punho com dificuldade de suportar o peso sobre a mão espalmada (ex: dor para sair da piscina). É necessário descartar a presença de tenossinovite do extensor ulnar do carpo, que pode ser a causa da dor. 

A lesão pode ser uma perfuração central na fibrocartilagem ou uma desinserção da mesma de um dos seus três vértices.

O tratamento pode variar desde, imobilização da rotação do punho ou tratamento cirúrgico por artroscopia do punho, onde através de dois furos, realizamos o desbridamento da lesão central ou a reinserção da lesão periférica.  

LESÃO DA MÃO DO ESCALADOR

 

            Com o aumento do interesse na prática de escalada, seja ela ´´indoor´´ ou ´´outdoor´´, notamos uma maior incidência de lesões que acometem as mãos, comuns nesta modalidade atlética.

            O grande esforço de galgar altitude com a força das mãos pode acarretar desde bolhas na mão até lesões no sistema que rege o movimento dos dedos.

Na região da palma dos dedos, existe um sistema de presilhas que prendem os tendões flexores ao osso. São as polias flexoras. Sem estas estruturas, ao flexionarmos os dedos, os tendões ficariam balantes.


A solicitação dos dedos na escalada esportiva pode causar lesão na polia, fato que provoca dor e dificuldade para flexão do dedo.  O tratamento consiste em fazer uma nova polia com enxerto de tendão flexor.  


FRATURA DO GANCHO DO HAMATO NO GOLFE

 

            São fraturas encontradas em atletas que realizam esportes onde se utilizam raquetes ou tacos, como golfe, tênis ou beisebol. O gancho, ou hâmulo, do hamato é um osso proeminente localizado na borda ulnar da palma da mão,e apresenta íntimo contato com o nervo ulnar.

Quando o atleta segura a raquete ou taco, o final da empunhadura acaba se chocando com o gancho do hamato e pode dependendo do excesso de uso causar uma fadiga óssea e causar uma espécie de fratura por stress do gancho do hamato (H), irritando o nervo ulnar.

Em geral, os atletas se queixam de dores na borda ulnar da mão, na base da eminência hipotenar, fato que atrapalha a preensão do taco. Podem apresentar formigamento e dormência no dedo mínimo.

O diagnóstico é melhor comprovado através de exame de tomografia computadorizada do carpo.

Se diagnosticado precocemente, a imobilização gessada garante a consolidação. Porém, na maioria dos casos o diagnóstico é tardio e o fragmento fraturado dificilmente consolida, o que mantém os sintomas, e o tratamento deve ser cirúrgico com liberação do nervo acometido e ressecção da parte fraturada do gancho do hamato.

NEURITE DO CICLISTA

            Os ciclistas adeptos de longo percurso podem apresentar formigamento nos dedos, especialmente no dedo anular e dedo mínimo.

Isto ocorre, pois a mão apoiada em extensão sobre o guidão deixa o nervo ulnar exposto á compressão ao nível do punho.

 É importante encorajar o ciclista a alterar a posição da mão para evitar compressão crônica. Normalmente a alteração de sensibilidade e o formigamento desaparecem em minutos ou horas após cessar a compressão, mas em alguns casos pode persistir por semanas ou meses, sendo necessário evitar a bicicleta, manter o punho em repouso e fazer uma investigação da função do nervo. Casos crônicos, que não melhoram com o tratamento conservador, podem requerer a descompressão cirúrgica do nervo.