Olá! Tudo bem? Sou a Dani e esse post fala sobre Attividade física e obesidade infantil.
A Obesidade é hoje uma doença crônica, considerada pela Organização Mundial da Saúde, um problema de saúde pública mundial comparando até a várias epidemias infecciosas. Com relação às crianças e adolescentes no Brasil, o número tem crescido assustadoramente devido a vários fatores relacionados ao estilo de vida. Em pesquisa realizada recentemente com crianças entre 10 e 13 anos de algumas escolas particulares e públicas da cidade de São Paulo, constatou-se que 30% das crianças apresentam excesso de peso.
Segundo o Dr.Halpern (2000), quando o pai e a mãe são obesos a chance dos filhos serem obesos é de 80% , sendo que quando um só sofre da doença a chance cai para 50%, contudo se os dois têm peso normal, a probabilidade dos filhos tornarem-se obesos é inferior a 10%.
Entretanto as razões que levem o indivíduo à obesidade estão normalmente relacionadas à :
1. Ingestão exagerada e descontrolada de alimentação;
2. Gasto calórico muito baixo;
3. Lipogênese aumentada (facilidade em ganhar gordura);
4. Dificuldade em "queimar" gorduras.
A obesidade infantil pode levar à criança a ter vários problemas. Muitas vezes os pais não os percebem no dia a dia e nem as modificações de comportamento da criança, tais como:
Alterações psicológicas:
- Discriminação na escola ao participar das aulas de Educação Física, por parte dos colegas de classe.
- Muitas vezes têm problemas de relacionamento e são excluídas pelos amiguinhos nas brincadeiras da hora do recreio, sem dizer dos poucos amigos que compartilham o isolamento associado ao sedentarismo nas horas vagas. Neste aspecto, vale a pena ressaltar que as escolas particulares geralmente não têm programas para o atendimento individualizado nas aulas de Educação Física, para estes alunos que precisam de atividade física.
Contudo, normalmente, são crianças um tanto quanto depressivas, angustiadas e com baixa auto-estima.
Alterações ortopédicas posturais:
Normalmente a criança obesa já apresenta algumas alterações posturais importantes como: geno valgo (joelhos projetados para dentro), desníveis pélvicos e alterações na coluna vertebral (hiperlordose lombar, cifose dorsal e escoliose), sem dizer da sobrecarga articular promovida pelo excesso de peso.
Alterações metabólicas:
As crianças com excesso de peso podem ainda ter hipertensão arterial precoce, distúrbios no sono, colesterol elevado e também tornarem-se adultos obesos. Quando uma criança chega aos 13 e 14 anos obesa ela tem 40% de chance de vir a ser um adulto obeso e, se continuar e chegar aos 18 anos obesa, a probabilidade aumenta para 70% (Halpern,2000). É importante lembrar que as causas endócrinas responsáveis pelo problema, caracterizam-se em menos de 10% dos casos (Halpern 2000).
Sem dúvida alguma a mudança de hábitos alimentares, de preferência de toda família, e também na escola, a prática regular de atividades físicas, os hábitos reduzidos de assistir televisão e jogos de vídeo game e usar o computador devem fazer parte de um novo estilo de vida destas crianças. Tentar eliminar o uso de controle remoto, usar as escadas em vez do elevador, passear com o cachorro, ajudar os pais nas compras de supermercado ou feira livre, ajudar a lavar o carro, ajudar os pais a mexerem no jardim, enfim, tornar-se mais ativo pelo menos 30 minutos por dia. Os pais devem ter bem claro quais são os seus objetivos com a criança, tentando ajudá-las, incentivá-las e motivá-las. A perda de peso saudável requer perseverança e paciência. Outro fator importante para os pais, com relação a alimentação, é não tratar o assunto de forma impertinente e obsessiva, porque, dependendo da forma que esta criança pode estar sendo tratada, poderá ter distúrbios alimentares futuros como anorexia e bulimia. A Escola, onde as crianças normalmente passam meio período e estão longe dos pais, seria o local mais indicado para se ter programas preventivos, em salas de aula, quadra de esportes e cantinas para, em conjunto, termos resultados positivos.
Treinamento físico
O programa de emagrecimento ou manutenção do peso desenvolvido para estas crianças e adolescentes deve ser preferencialmente multidisciplinar ( Ed. Física, Medicina, Nutrição e Psicologia) e deve envolver toda a família.
Para este trabalho deveremos ter:
1) Avaliação Física:
· Exame médico (pediatra) análise da fisiopatologia do aparelho locomotor da criança,
· Avaliação e orientação nutricional caso seja obeso ou com excesso de peso.
· Avaliação dos hábitos de saúde e atlético, medidas de circunferência, diâmetros, índice de massa corporal, condição postural, acompanhamento de estatura, peso e testes de aptidão física global.
Após a conclusão destas informações é importante saber quais as atividades físicas que a criança mais se identifica através de um perfil psicológico e assim organizar a freqüência semanal e locais de treinamento para o desenvolvimento do trabalho buscando sempre motivação, orientação e educação.
2) Frequência Semanal:
· 3 a 5 vezes por semana.
3) Duração de treinamento:
· De 45 à 60 minutos diários.
4) Intensidade de treinamento:
· Leve/Moderada
5) Modalidade de atividades:
Após ter detectado qual a fase de aprendizagem motora na qual a criança se encontra (cognitiva, associativa ou autônoma) e qual o seu perfil e atividades físicas preferidas, organizar o programa.
- 06 a 10 anos: atividades que envolvam as qualidades físicas básicas: coordenação, equilíbrio, agilidade, ritmo; e que envolva trabalhos de manipulação, locomoção e equilíbrio.
- 11 a 14 anos: experiência e iniciação com várias modalidades esportivas.
- maior de 15 anos: atividades esportivas, musculação, trabalho cardiovascular, exercícios corretivos, alongamentos, atividades na píscina (natação, recreação, etc).
Precisamos entender que como pais, sempre buscamos o melhor para os nossos filhos, contudo nem sempre algumas condições de conforto que proporcionamos a eles são benéficos a sua saúde. Digo isto por que, grande parte da culpa da criança estar obesa énossa....
Espero que você tenha gostado da nossa abordagem.
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